O psicólogo não é mágico! O psicólogo dá a varinha!






Como psicóloga, tenho-me apercebido que, atualmente, as opiniões ainda divergem um pouco relativamente ao trabalho de um psicólogo. Ainda há quem considere que só vai a um psicólogo quem possa estar louco. Completamente errado. Se avaliarmos a loucura, talvez possamos dizer que cada ser humano tem a sua, se for de acordo com este prisma, então sim, podemos dizer que só vai ao psicólogo quem é louco.






Na verdade, todas as pessoas deveriam ter um, assim aprenderiam a lidar com aquelas que são as adversidades da vida, evitando sobrecarregar amigos e familiares com excesso de problemas. Na verdade, o psicólogo ajuda o paciente a organizar pensamentos, a adotar comportamentos e a viver a vida da melhor forma possível.






O psicólogo não é mágico e, só pode ajudar quem coopera porque quer ser ajudado.

RAFC

C........de Amar

Quantos significados de amor existem?

Qual o verdadeiro significado de um olhar, de um carinho, de um toque....?

Sejam eles quais forem, signifiquem o que significarem, a mais pura e verdadeira definição está na tradução das palavras pela dança dos corpos, pela forma como se encaixam, pela plenitude com que se complementam, por afinal de contas o amor é isso mesmo, complemento; suporte e cumplicidade. De que adiantam as palavras quando os actos se contradizem? São apenas criadores de uma paradoxalidade entre quem diz e quem ouve....são apenas palavras soltas que quando pouco cimentadas são levadas pelo vento, porque nada tiveram para permanecer fixas no seu explendor....pouco ou nada se fixaram à magia do amor. Amor....Amar....implica dar e receber, não é apenas uma tentativa de se sentir que o outro recebe, mas sim uma certeza de que quem dá, também sente que lhe é dado. Amar, é criar, imaginar, querer, poder, partilhar, desejar, ter a certeza que não só somos complemento do outro, mas que tudo é superior a qualquer desavença ou conflito que possa trilhar o caminho de quem ama!

RAFC

Quando a vida nos "prende"...

Por vezes as palavras tornam-se insuficientes para descrever um enorme turbilhão que vive intensamente dentro de nós... Momentos recordamos, momentos desejamos... Sentimentos que não tocamos mas, sentimentos que não expulsamos... Palavras que pensamos mas, palavras que não podemos pensar na plenitude da sua magia... Por vezes, a vida também é injusta quando um certo dia, num dado momento, num lindo clarão nos prende os olhos à alma de quem não podemos amar.. A vida também é injusta quando nos faz sentir que nos deu toda a energia e força para alcançarmos algo que jamais deveriamos ter alcançado....porque alcançando, a nossa vida só faz sentido em alguns momentos... É injusto, morar no nosso coração algo com que nunca poderemos morar....que nunca poderemos partilhar....não depende do que se sente ou do que se pensa, vai muito além de um amor proibido... De todas as loucuras, de todos os amores, se a vida também foi injusta ao ponto de me prender onde não podia ser presa...é lá que vou ficar, não ficando.... Num momento de Sol me aqueci....em momentos de tempestade lacrimejei desalmadamente...mas eu sei....nada foi depropositado, tudo foi....apenas injusto....apenas porque a vida me quiz prender a algo indesejavelmente prisioneiro! Por isso, o caminho será o meu apenas, mas a pedra será sempre a mesma...aquela que não poderei ter...e ao mesmo tempo aquela que não irei expulsar, porque a amo!

To the Moon....

Posso até caír...
Posso até me magoar,
Mas não é por isso que vou deixar de me levantar....
São essas feridas que me dão força para as curar,
são essas curas que me dão força para voltar a lutar...
não apenas pela cura do coração,
mas pela cura em prol do que desejo, do que aspiro, do que anseio....
Do que SONHO!
Já errei como toda a gente erra, mas sempre que estava certa nunca pude assumir um erro.....
Já sorri vezes sem conta quando a minha vontade era chorar, mas nunca chorei quando a minha vontade era de sorrir....
Já corri atrás de coisas que eu própria sabia que dificilmente as iria alcançar, mas corri incansavelmente até me perder....
Já tentei voar através de um sonho, mas nunca deixei que um sonho voasse....
Já cheguei a dizer que não gostava de algo ou de alguém, quando eu própria sabia que a verdade não era essa, no entanto, nunca disse que gostava.... não gostando....
Já neguei algo que os meus olhos desmentiram....no entanto, nunca deixei que os meus olhos mentissem....
Ja fugi para lugares onde estavam milhares de pessoas e consegui sentir que só não estavam presentes as que eu queria ver....senti que um minuto era mais importante do que eu pensava....senti que o mais importante transporto no coração!!!

Coração...

     É o mundo em que acreditamos, que nos faz criar o mundo em que vivemos....de que nos adianta querer viver algo em que não acreditarmos? Não é uma questão de "The secret", como descreve Rhonda Byrne em seu livro, no entanto, muitas das coisas que provavelmente já fizeram parte das nossas vidas, aconteceram porque acreditámos seriamente que estas eram possíveis, contrariamente a outras, que aconteceram e jamais queríamos acreditar que estavam a acontecer. São as tais músicas que a vida toca e que nós jamais queríamos ouvir....os tais momentos que a vida comanda e que nós tudo faríamos para impedir....é por isso que em vez de desperdiçarmos os nossos minutos de vida com tudo e todos aqueles que por nós não o fariam, devemos pensar que um minuto não é apenas um minuto, mas são sim sessenta segundos....Se me dessem a escolher entre 5 anos de vida com tudo aquilo que o euro milhões me podia oferecer ou 5 minutos de vida com alguém que eu ame, não pensaria duas vezes....Porque após esse tempo de vida, o que iria levar no coração não seriam as coisas que o euro milhões me poderia ter proporcionado, mas sim as recordações pelo tempo que estive com alguém que amei.... É pena..... é triste.... que o amor das pessoas esteja a desvanecer de dia para dia em prol daquilo que nunca poderão levar para onde quer que possam ir....Amor que é amor permanece, independentemente do tempo desse amor....já os materiais...são consumíveis....incomparáveis....e aquele que hoje é o mais desejado, amanhã já estará ultrapassado porque chegou um mais moderno ao mercado...E eu pergunto: "Como é que é possível as pessoas abdicarem de uma coisa em prol de outra completamente oposta e em que nada se complementam?!".... Há perguntas às quais nem sempre obtemos respostas, e esta, certamente será uma delas....é um atentado ao que nos dá vida....o coração!

Apenas um Capitulo

     Decerto que todos já ouvimos falar da linha da vida (uma das linhas que temos na palma da mão). Na verdade, com ou sem essa linha da vida, o que é certo, é que quando nascemos, já temos uma linha traçada (quer queiramos, quer não), cuja linha implica crescer, viver, amar, sofrer (...) e certamente, morrer. Tudo isto é algo incontraditório, que por mais que quiséssemos, jamais poderíamos modificar. Assim como outros momentos de agruras que surgem no nosso percurso vital, no local e dia nunca esperado, numa indeterminada hora que jamais queríamos ver chegar. São coisas para as quais não contribuímos e que ao mesmo tempo, em nada podemos contribuir para que deixem de acontecer. É nessas alturas que sentimos uma espécie de revolta a nascer dentro de nós, e nos interrogamos "Mas afinal, se existe um Deus, como pode permitir que a vida seja tão injusta?!" E de dia para dia pensamos em como a vida é injusta quando nos leva algo que faz parte de nós, como se de nós um pedaço arrancasse...juntamente com toda a partilha de afecto; dedicação; amor; carinho...ficando somente um adeus sem despedida...um adeus eterno que jamais se apagará da memória e jamais deixará de ser sentido na alma e no coração de quem fica....onde residirá para sempre a saudade e o amor, como se o olhar sentisse, como se no ombro a cabeça encostasse, como se a minha mão fosse levada sempre pelo bom caminho. (Escrevi parte deste texto em 2005, no entanto, não podia deixar de o partilhar)

*4ever in my heart*

Perfeição vs Imperfeição

     No silêncio que domina momentos de escuridão, deixo que o pensamento me percorra pela alma, questiono; tento encontrar possíveis respostas; respondo....enfim, deixo o pensamento fluir. Neste preciso momento estava a pensar na perfeição...Pensando que ninguém é perfeito nem ninguém o poderia ser....porquê?! Porque a pessoa que criou o Mundo estava longe de ser perfeita, e não podíamos ser seres perfeitos sendo nós fruto de um ser imperfeito. Mas afinal, o que é a perfeição? Para uns, é uma ideologia, e sobretudo, algo ilusório, já para outros, é tudo aquilo que está dentro das regras que nos são impostas pela sociedade, é detentor da perfeição que não ultrapassa os limites, e eu pergunto: "Mas até que ponto é que a sociedade em que vivemos, tem implícitas as boas regras da perfeição? Quem é que nos diz que esta é "perfeita?!"...Bem, isto parece ser um pouco complexo, aliás, tudo aquilo que toca a significados de coisas tão particulares, é sempre muito mais subjectivo do que a objectividade que contém!

     Parece-me que cada um de nós cria o seu signo da perfeição consoante os seus valores; as suas origens; a sua cultura; a sua educação, etc. Mas se cada vez mais esses valores não se conservam nem se recriam, o significado de perfeição também deve estar cada vez mais longe de ser "perfeito". Dada a sua complexidade, parece-me que seria bom pensarmos que a nossa perfeição passa, sobretudo, por assumirmos as nossas imperfeições, porque pior do que tê-las, é não admitirmos que as temos! E perfeição não só rima com obsessão, como também me parece ser algo muito característico da neurose obsessiva, apesar de não ser o único critério de diagnóstico necessário.

  

     Como diria Fernando Pessoa, "O perfeito é desumano, porque o humano é um ser imperfeito"

Amor?

Há algo que nos caracteriza e que vai para além da nossa imagem; algo que nos define e que nem sempre é vísivel aos olhos de quem vê....O humor que um dia sentimos em nós, vimos a desfalecer de dia para dia, as nossas piadas mais parecem mensagens de velório para quem nos ouve.... As nossas saídas entre amigos parecem-nos ser feitas na presença de outrém......porque aquela pessoa que está ali, é tudo menos nós....e quando deixamos de ser nós próprios? Estamos a viver por amor ou para amar? Amor que é verdadeiro não faz chorar pelo sofrimento, quanto muito, pode fazer chorar pela saudade de não sentir, pela pessoa perdida! No entanto, há quem só saiba fazer poemas e escrever cartas de amor, quando o amor já não faz sentido! E quando tudo aquilo que nos envolve é apenas uma ameaça ao redor da pessoa que diz querer fazer parte integrante das nossas vidas? Isso não será sinónimo de egoísmo? E quando os nossos esforços se desvanecem por tantas tentativas esforçadas por quererem ir ao encontro de um amor que afinal não alimentava mais do que o ódio? Como é que alguém pode jurar a própria vida por um amor que nunca viu nascer? Como é que alguém que nunca se amou a si próprio, pode jurar amor eterno por alguém? Como é que alguém que nos diz amar eternamente nos pode privar dos nossos melhores momentos de amor entre familia, e de amizade entre amigos? Nada mais se pode chamar a isto, a não ser de egoísmo! E para além de egoísmo, existe algo que só nós, que estamos dentro do mesmo circulo ou coração idealizado, podemos caracterizar por exibicionismo. Alguém que passa a vida a provocar-nos; a implicar com a mais pequena necessidade vital do ser humano; como é que podem confundir algo tão puro com algo tão banal e inaceitável?! Amor e ódio não combinam....há quem diga que se podem confundir, mas na verdade, não existe amor que faça sofrer como o ódio, e quanto muito, o amor não faz chorar pelo sofrimento, podemos sim, chorar por amor, mas com saudade daquilo que deixámos longe. Como é que alguém que sempre viu tudo tão puro como a água, nos pode acusar de algo tão poluído como os oceanos que nos rodeiam? Existe aquilo em que vivemos, que sentimos de pés e mãos.....existem outras coisas que não tocamos, que são muitos superiores a todos nós, e que no fundo não passam de meras ilusões...o neurótico imagina que vive numa casa em forma de castelo suspensa no ar....o psicótico não imagina, ele vive lá....o borderline, vive nessa corda-bamba, daquilo que existe na terra e daquilo que existe no ar....tanto balança para a terra como balança para o ar....as suas cores da vida são em tons de preto ou em tons de branco, raramente vÊ o cinza....tudo o que se apresenta com pequenas dimensões, cresce na sua mente à medida que o seu pensamento estagna...ou seja, nunca evolui. O borderline não é um ser em evolução, é um ser que precisa de ser tratado, e por mais que possam existir momentos em que ele julgue que sofre mais do que ninguém, esse ninguém, que por sua vez está a seu lado, sofre mais do que qualquer outro ser na terra! É preciso viver para se perceber o valor que a vida tem, perto de alguém que não sabe dar à vida o valor que lhe compete!

O Egocêntrismo e o Hoje

     Tudo isto advém daquilo que se designa por egocentrismo. É um facto que, as pessoas se estão a tornar cada vez mais egocêntricas, e como tal, não poderíamos deixar de falar em egocentrismo sem falarmos de egoísmo. Egoísmo este que resulta desse egocentrismo! Se as pessoas pensassem mais para além do "EU", ou seja, se pensassem um pouco mais nos outros ao invés de se centrarem apenas nelas próprias, não teríamos como factor consequêncial, o egoísmo!

      O egocentrismo não só faz parte do dia-a-dia de inúmeras pessoas, como também tem na sua base inúmeras patologias associadas, das quais falarei posteriormente. A pessoa egocêntrica, só se preocupa com ela própria, só tem olhos para o seu umbigo, não quer saber rigorosamente nada do que se passa à sua volta. No entanto, nem sempre lhe está incutida uma conotação negativa, porque por vezes até pode ser bom sermos um pouco egocêntricos (q.b.), amando-nos de compaixão e sermos para nós as melhores pessoas do Mundo, mas humano que é humano, preocupa-se com os demais que a si amam e que ama reciprocamente. É caso para dizer, que tudo é suficientemente bom, quando não é em demasia, até porque a maior parte das patologias estão associadas ao excesso de algo!

RAFC

O Mundo de Hoje

     É sabido que à medida que o tempo passa, não são apenas os lugares que mudam. Também as pessoas se modificam de acordo com esses lugares, e os seus valores estão muito aquém de serem imateriais. A maioria das pessoas vive num Mundo de materialismo, desprezando valores que nos acompanham, mas que cada vez mais, são vistos como apêndices, como algo que não faz parte integrante do "EU".

      São as casas, os plasmas, os carros, a moda...Uma enorme percentagem do ser humano (salvo raras excepções e culturas) vive para este materialismo aparente. Há uns dias atrás conheci uma pessoa com uma aparência notável, bem vestida, bem maquilhada e penteada, dona de duas casas bem compostas (uma no campo e outra na praia) e com um belíssimo carro (bmw X6). Mais tarde vim a saber que essa pessoa tão bem aparentada que conheci, não tinha onde dormir. E eu pergunto: Mas afinal com que racionalidade vivem as pessoas? Como podem ser felizes quando não têm uma almofada digna de conforto?! Pois é, isto tudo para realçar o facto de que as pessoas vivem cada vez mais segundo a Lei do "bem parecer", ao invés de viverem por aquilo que são e que têm! Enquanto amarmos aquilo que não nos pertence, jamais poderemos viver felizes com aquilo que amamos e que, por sua vez, nos pertence! Não são os plasmas, as casas ou os carros, que levamos desta lição de vida. O que levamos desta vida são as aprendizagens; os sentimentos que nutrimos ao longo dela pelos demais que nos rodeiam; os valores imateriais! Valores esses que podem ser intemporais, caso sejam passados para a geração que nos precede!

Um Conselho: Amem tudo aquilo que têm e não aquilo que gostariam de ter! Quanto muito, podemos sonhar com aquilo que um dia poderemos vir a alcançar! Mas diria mesmo que, deixar de amar o que se tem por aquilo que não se tem, é um atentado à própria Vida! É nas pequenas coisas que sentimos os enormes gestos de amor! (RC)